Artigo

TOQUEM A TROMBETA EM SIÃO


“Toquem a trombeta em Sião; dêem o alarme no meu santo monte. Tremam todos os habitantes do país, pois o dia do Senhor está chegando. Está próximo! “                                   Joel 2.1

As profecias no Antigo Testamento têm um aspecto de proximidade de eventos, mas com lampejos de coisas futuras, que ainda vão se realizar. Por exemplo, “o dia do Senhor”, tanto pode ser o cumprimento de um juízo com a chegada do “cativeiro” por nações inimigas, como pode apontar para o “ultimo dia”, dando uma ideia de “juízo final” (João 6.39,40). 

Em nossa “práxis cristã”, focamos mais no Novo Testamento; contudo, ao relermos alguns textos proféticos, parece que o tempo não passou e que aquelas palavras, situações, estão ocorrendo em nossos dias. A guisa de curiosidade e reflexão vamos pensar juntos sobre essas possibilidades, como segue.

A SITUAÇÃO DO CAMPO

Devido à passagem de uma praga de gafanhotos, houve grande destruição na plantação (Joel 1. 4). Tudo foi afetado: “as videiras, as romãzeiras, as macieiras, etc”. Não havia uvas, azeite e trigo. Isso era motivo para que o pranto fosse estabelecido (Joel 1. 5, 8 e 9).

A falta de alimento era um grave problema. Celeiros vazios, armazéns abandonados (Joel 1. 17). Os animais sofrem no campo e o fogo devora as árvores do campo – “Até os animais do campo clamam a ti, pois os canais de água se secaram e o fogo devorou as pastagens” (Joel 1.20).

Não é difícil fazer um paralelo com nossos dias. Por exemplo, as queimadas intensas no Brasil, (no Pará, Região amazônica), bem como no   Cerrado.Temos visto com tristeza a morte de muitos animais silvestres. As excessivas precipitações das chuvas, provenientes do fenômeno “El Niño” e o frequente desmatamento de florestas, além de provocar enchentes em várias cidades, mortes por deslizamento de terras e destruir várias estradas, já computam prejuízo nas safras de arroz em Sergipe (No Baixo São Francisco, a área plantada estava em ponto de colheita e ficou alagada. A estimativa era colher mais de 43 toneladas de arroz – G1). 

AS PRAGAS NO DIA DE ESCURIDÃO

No capítulo dois de Joel a situação continua a mesma. Era uma praga de gafanhotos atingindo a nação–“Eles têm a aparência de cavalos; como cavalaria, atacam galopando” - Joel 2:4 (citando o exército de gafanhotos). O profeta deixa claro que todo aquele acontecimento tem a permissão e a mão do Senhor – “O Senhor levanta a sua voz à frente do seu exército; Como é grande o seu exército! Como são poderosos os que obedecem à sua ordem! Como é grande o dia do Senhor! Como será terrível! Quem poderá suportá-lo? (Joel 2.11).

Olhamos para nosso mundo global. Também para o nosso Brasil. Entramos 2022 assolados por uma onda de vírus. Da Covid–Omicron e da gripe H3N2. Hospitais lotados. Várias pessoas deixando seus postos de trabalho para quarentena em casa. Empresas aéreas cancelando voos por terem tripulação contaminada e afastada do trabalho. Centenas de pessoas desabrigadas por causa da chuva, crise na economia, inflação em alta, desemprego em massa. Será que vivemos dias muito diferentes dos tempos do profeta Joel?

O choro se espalha por tantos lugares em nosso país. Acidentes rodoviários. Famílias dizimadas –“Cinco pessoas da mesma família morrem após carro ser soterrado na Grande BH durante chuvas” – (Jornal Nacional – 10.01.22). Irmãos, as pessoas falam em vacinas, remédios, crise ambiental, política, etc, mas muitos poucos buscam a face do Deus vivo pedindo misericórdia – “Decretem um jejum santo; convoquem uma assembleia sagrada. Reúnam as autoridades e todos os habitantes do país no templo do Senhor, do seu Deus, e clamem ao Senhor (Joel 1.14).

CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

O Senhor está convocando seu povo para buscar sua face – “Toquem a trombeta em Sião, decretem jejum santo, convoquem uma assembleia sagrada” (Joel 2.15).

O convite para rasgar o coração e não as vestes pressupõe mudanças de atitudes, de prioridades. O homem precisa ser mais solidário e menos egoísta – “Agora, porém", declara o Senhor, "voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto. " 13. Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor” (Joel 2:12,13). 

Todos deveriam comparecer perante o Senhor, o povo, os sacerdotes e até o noivo e a noiva deveriam deixar seu quarto de núpcias para se apresentar ao Senhor – “Reúnam o povo, consagrem a assembleia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, aquelas que mamam no peito. Até os recém-casados devem deixar os seus aposentos. 17. Que os sacerdotes, que ministram perante o Senhor, chorem entre o pórtico do templo e o altar, orando: "Poupa o teu povo, Senhor” (Joel 2.16,17b).

A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO

Em meio ao caos de uma praga de gafanhotos por causa de um juízo divino e em meio a uma convocação ao arrependimento e mudanças de atitudes, há um “oásis espiritual” apresentado ao povo: o derramamento do Espírito de Deus - "E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões.29. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias” (Joel 2.28,29).

Sabemos que o Espírito Santo foi dado à Igreja (Atos 2) e está em nosso meio. Temos da parte de Deus o Evangelho da Salvação de Nosso Senhor Jesus Cristo e a presença do Consolador. Podemos orar, clamar, adorar e buscar os dons e o enchimento do Espírito Santo – “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, 19. falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, 20. dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Efésios 5.18-20). O avivamento vem do alto (do Pai, Filho e do Espírito Santo). 

Pastores, pastoras, obreiros de Deus, é tempo de “TOCAR A TROMBETA EM SIÃO”. De convocar o povo para oração, jejum e arrependimento. 

ORAÇÃO: Muda Senhor Deus o nosso coração, as nossas intenções. Enche-nos de um Amor prático. Amém!

Pr. Roberto Monteiro de Castro

DATA DA ATUALIZAÇÃO: 16/11/2022