Artigo

GÉRSON / PEREGRINO


Moisés consentiu em morar com aquele homem; e ele deu a Moisés sua filha Zípora, a qual deu à luz um filho, a quem ele chamou Gérson, porque disse: ‘Sou peregrino em terra estranha’”. Êxodo 2.21,22


O significado dos nomes constitui fato muito importante na cultura judaica. Alguns nomes são mais lembrados do que outros, no contexto bíblico, conforme a relevância da história de cada personagem. Por exemplo, Moisés é um personagem mais lembrado e estudado do que seu filho Gérson. Salomão, em sua história, como rei de Israel, sobressaiu bastante em relação à personagem de seu filho Roboão. A própria Bíblia, em vários casos, dá o significado dos nomes. Exemplificando: Moisés – “Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés e disse: Porque das águas o tirei” (Êxodo 2.10) – (O som do nome Moisés é semelhante ao de um termo hebraico que significa “tirar para fora”). Já o nome Gérson – o som é semelhante a um termo hebraico que significa “forasteiro ali” (Fonte: Bíblia NVT – notas de rodapé, pg. 74).

A soma dos fatores nos oferece o seguinte produto: Moisés dá ao seu filho um nome que identifica sua realidade de vida. Moisés fora criado no Egito, no palácio de Faraó, junto de sua filha. Era hebreu, mas até aos 40 anos seu lar foi o Egito. Agora na terra de Midiã, ao lado do sogro Reuel e casado com Zípora, Moisés se sente como um “forasteiro ali”! Há um hino cristão (Cantor Cristão 207 – Mensagem Real) com a seguinte letra: “Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, - Do reino lá do céu embaixador eu sou, - Meu Rei e Salvador vos manda em seu amor, - As boas-novas de perdão”. O nome Gérson, escolhido por Moisés para seu primogênito, tem tudo a ver com nossa esperança cristã da presença de Deus e com a nossa comunhão eterna com o Senhor. A esta dimensão de vida chamamos espiritualmente de “LAR CELESTIAL”. 

Vários textos bíblicos tratam do mesmo tema. João, o apóstolo do amor, registra as palavras do Mestre –“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. 3. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (João 14.2,3). Um contexto de lugar/morada eterna e da presença de Jesus. O autor do livro aos Hebreus também discorre sobre esse tema, no capítulo onze, falando de Abraão e Sara e sua peregrinação terrena/celestial – “Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.15. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar 16. Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11.14-16).

Nossa ficção (apenas imaginária, portanto) sonha com um lugar perfeito, tipo o filme “Horizonte Perdido”, onde “Shangri-lá” era esse tão sonhado lugar. Lógico, que a “morte” é uma porta para descortinar ou não a esperança de uma vida após a morte (os cristãos creem no arrebatamento da Igreja, o que confere, aos vivos, o direito de serem levados aos céus), acompanhada de um lugar melhor do que o planeta terra de nossos dias. O livro do Apocalipse vai afirmar desse momento e o agir de Deus – “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21.4).

APLICAÇÃO

De uma certa forma, todos os cristãos tipificam o nome Gérson, confessando que somos “peregrinos aqui” e que aguardamos, certamente, uma Pátria Celestial.

Pr. Roberto Monteiro de Castro

DATA DA ATUALIZAÇÃO: 21/10/2022