Artigo

AUTORIDADE PASTORAL

“Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês”(Hebreus 13:17).

“Dar-vos-ei pastores (governantes) segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15).

Este é um tema muito importante e por vezes bem polêmico também. A Bíblia trata da questão de autoridade em diversos segmentos. Em Romanos, capítulo treze, Paulo ensina sobre a questão das autoridades delegadas por Deus, especificamente governos e segurança, tipo autoridades militares.

Por exemplo, quando na Bíblia se lê: “Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus (1 Cor 11.3), está tratando de autoridade espiritual. Ser cabeça é exercer autoridade.

Nicolau Maquiavel disse: “quer conhecer o caráter de uma pessoa, dê o poder a ela”. Abraham Lincoln: “Se quiser por à prova o caráter de um homem: dê-lhe poder”. A autoridade gera poder e se não for bem administrada pode extrapolar a medida de sua eficácia.

O pastor, evidentemente, é figura bíblica revestida de autoridade espiritual e deve exercê-la como modelo do rebanho e não como dominadores do grupo (1 Pe 5.3). Nós batistas temos um poder regulador dos possíveis abusos de autoridade pastoral: “A Assembleia da Igreja”, que, segundo nossos estatutos, é o poder maior que emana da própria igreja.

Quero neste artigo destacar duas situações frequentes em nosso meio. Primeiro: o tempo de pastoreio na Igreja local, e segundo: o respeito à figura pastoral. Vamos lá: é importante que o pastor, junto com sua família (principalmente a esposa) saiba entender o tempo certo de deixar um pastorado. Há colegas que, por diversas situações, prorrogam sua saída do pastorado local. Quando o tempo de um pastor se esgota, a Igreja começa a ser prejudicada e sofre.

Uma das grandes tentações na vida pastoral é fazer do ministério um tipo de emprego para a sobrevivência da família. Há pastores que não são capazes de juntar crentes suficientes nem mesmo para prover sua prebenda. É lamentável. A Igreja minguando na frequência, e ele diz: “Deus ainda não me falou que devo sair”. Apascentar com inteligência é também saber a hora de sair.

Outra situação preocupante: pastores que não estão importando se com os membros de sua igreja saem em bloco, ou com frequência, desde que venham outros que concordem 100% com meu modo de pensar. Tais pastores vão ser julgados também pelo Senhor dos exércitos.

Na contramão destes possíveis abusos da liderança pastoral temos nosso segundo pensamento: o respeito à figura pastoral. Não poucas vezes irmãos e suas famílias formam blocos de liderança e se tornam como se diz por aí: “os donos da igreja”. Pastores sofrem muito com isso. Há assembleias calorosas, com discussões, vozes alteradas e situações de grande constrangimento.

Recentemente encontrei uma irmã de uma igreja que sofreu um forte racha. Encontrei-a na Igreja e disse a ela: “que bom que a irmã continua aqui”. Ela me respondeu: “aprendi desde pequena que não se deve levantar contra a liderança pastoral”. Amados irmãos, não precisamos gostar e concordar com tudo que nossos pastores fazem. Temos a liberdade de ir e vir, mas nunca se levantar contra um pastor com palavras pesadas, agressões verbais, etc.

Também é importante que o pastor confie em seu trabalho. É bom de tempos em tempos deixar à disposição seu cargo para que a Assembleia vote a continuidade de seu trabalho. Há colegas que abandonaram as Assembleias Administrativas. Isto não é bom. Somos Batistas e precisamos que os crentes se envolvam nas decisões da Igreja. A Igreja cansa quando pacotes fechados, vindos da Diretoria, impõem decisões à Assembleia.

Amados colegas de ministério e irmãos, vamos juntos realizar a obra de Deus, orando sempre para que o Senhor Jesus continue sendo o Cabeça da Igreja.

DATA DA ATUALIZAÇÃO: 21/10/2022